segunda-feira, 28 de julho de 2008

VAZIO



" Vazio, profundo e eterno, é o que sinto, a me perturbar, a me consumir. Já não sou mais humano, ainda não um deus e ainda não uma besta. Talvez mais humano do que eu gostaria de ser ou de admitir, pois sim, uma grande vitória não está em descobrir o que você realmente é, e sim admiti-lo. Qualquer verme pode descobrir quem realmente é, mas poucos podem aceitar o que são. Então eu olho em minha volta e tudo o que sinto é desprezo, ódio, fúria e uma terrível solidão. Sou único, sou uma espécie única vivendo no meio dos símeos sem cauda (e sem cérebro), envolto de ignorância tristeza, agonia. Este é minha terrível sina? A eterna solidão? Não quero sua misericórdia, pois dela não preciso, não iria mudar nada mesmo. Você não seria tão bom quanto eu, e eu não iria me rebaixar, jamais. Tenho então de me tornar um ser auto-suficiente, independente de outros. Mas até o mais perfeito sente necessidade de um beijo apaixonado, de um abraço amoroso, de uma noite de prazer, e eu não sou exceção a isso. Não pense que eu quero seus beijos sem gosto, seu falso abraço ou sua vagina banalizada, eles não iriam me satisfazer. Nada pode ser feito, só alimentar meu sonho que há outras como eu. Até lá, devo continuar no escuro, como sempre. "


Levy Henrique Bitencurt Filho

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